Miriam Duailibi
O Instituto ClimaInfo, com o apoio do Observatório do Clima e GT Infraestrutura, divulgou em seu site o estudo “Retomada com soluções de curto prazo em investimentos verdes para a recuperação da economia.”
O estudo revela que “a recuperação de 6,5 milhões de hectares de pastagens degradadas no Cerrado acresce R$3,4 bilhões à economia local até 2030 e reduz a pressão para a abertura de novas áreas para o agronegócio. A área proposta para recuperação é apenas uma fração dos 72 milhões de hectares de pastagens em estado agudo de degradação ou que precisarão de medidas de recuperação nos próximos três anos. Essa extensão equivale a algo em torno de 40% dos 160-180 milhões de hectares ocupados por pastagens no país. Do total degradado, 25 milhões encontram-se no Cerrado, onde as pastagens ocupam 63 milhões de hectares (ou 30% da área do bioma).
A degradação em todo o país representa prejuízos anuais em torno de R$9,5 bilhões aos produtores. O preço por hectare de uma propriedade com pastagens de baixa capacidade de produção é cerca de metade do de uma com pastagens de alta capacidade. A degradação biológica das pastagens também leva a erosão e compactação dos solos, levando ao assoreamento dos corpos d’água e ao rebaixamento dos lençóis freáticos.”
Revelou também que ao contrário do que se imagina, os recursos para reverter o cenário de degradação corresponde a apenas 4% do total destinado ao financiamento da safra de 2020/2021.
Trata-se então de vontade política para elaborar um plano que priorize a recuperação de áreas degradadas em favor da preservação de áreas de vegetação nativa, gerando empregos e mudando a imagem do atrasado agronegócio brasileiro para estar em conformidade com padrões dos países mais avançados.
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